gostar de mulher é uma mera performance?
nos últimos anos, houve um aumento expressivo de pessoas que se identificam como bissexuais ou mesmo lésbicas, principalmente nas redes sociais e aplicativos de namoro. em teoria, essa visibilidade seria um sinal de progresso, no entanto, uma situação muito incômoda tem surgido: mulheres que dizem se interessar por outras mulheres, mas na prática acabam apenas alimentando expectativas para, no fim, voltarem a se envolver apenas com homens.
como mulher que gosta de mulher, é frustrante ver mulheres que afirmam estar atraídas por outras, mas que, no fundo, parecem ter como prioridade apenas relacionamentos com homens. dão “match” em aplicativos com mulheres, flertam, trocam mensagens e, quando parece que há uma oportunidade real de conexão, simplesmente desaparecem. e, no dia seguinte, é comum vê-las assumindo relacionamentos com homens, e o que levanta a questão: qual é a intenção real por trás de suas interações?
muitas vezes, elas seguem apenas reafirmando seu interesse por homens, como se a interação com mulheres fosse algo meramente performativo.
o que se observa com frequência é que muitas mulheres usam a bissexualidade como uma forma de se sentir desejadas, alimentando seu próprio ego. esse comportamento gera uma frustração entre mulheres que realmente buscam um envolvimento com outras mulheres e gostam de mulheres de verdade.
o que poderia ser uma exploração da sexualidade se transforma em um jogo em que o objetivo não é o amor ou a conexão, mas sim a validação pessoal. a sensação de ser apenas um “troféu” ou um meio para um fim chega a ser irritante e desgastante.
a sensação é de que, para algumas, estar interessada por mulheres é mais uma “fase” ou um adereço que adiciona uma certa camada de modernidade ou mistério à sua imagem, mas que, no fundo, nunca será levado a sério.
o problema maior é que isso reforça estereótipos prejudiciais para a própria comunidade LGBTQIA+. quantas vezes ouvimos o clichê de que bissexuais estão apenas “confusos” ou que, no final, vão “escolher” um lado? cada vez que uma mulher dá a entender que está interessada em outras mulheres, mas nunca leva adiante, ela alimenta essa percepção errada. e não estou falando que não é possível simplesmente não gostar da personalidade de outra pessoa ou algo assim, é muito mais fundo do que isso. e é claro que você tem a opção de não levar algo adiante, mas o ponto que quero trazer não é esse.
esse comportamento não só é estressante para mulheres que estão realmente interessadas em outras mulheres, como também banaliza o que significa ser bissexual ou lésbica. identidade não é algo que deveria ser tratado como um acessório de moda.
ninguém deve ser pressionado a se encaixar perfeitamente em uma caixa, mas é essencial que haja uma sinceridade genuína no modo como as pessoas se apresentam e interagem com os outros.
a heteronormatividade influencia essa dinâmica. a pressão social para se conformar a um ideal heterossexual pode levar algumas mulheres a adotarem identidades que não refletem sua verdadeira orientação sexual. contudo, é importante destacar que não se está aqui para invalidar a experiência de ninguém. e além disso é bom dizer ser heterossexual não diminui o valor de uma pessoa, e cada um deve se sentir livre para se identificar como quiser. não tem nada de errado em ser hetero, aceite isso. gostar de mulher não é um acessório.
Cara isso é muito real. Eu fiz amizade com uma garota que se dizia bi a uns anos atrás e era muito estranho ouvir ela falando de homens como se fosse a coisa mais incrível do mundo e comparae com todas as vezes que ela falava de experiências "entediantes" com mulheres. Ficou simplesmente insuportável conviver com ela ouvindo o tanto que ela gostaba de mulher mas coincidentemente enjoava de todas
omg isso é muuuuito real. eu e minha amiga estávamos conversando sobre como é RUIM beijar esse tipo de mulher porque elas não parecem estar envolvidas. é estranho, gelado e desconfortável!!! tivemos algumas experiências assim inclusive com mulheres que aparentam tímidas quando flertam. sla, pode ser homofobia internalizada